domingo, 7 de março de 2010

III DOMINGO DA QUARESMA C


Há três anos que venho procurar frutos (Lc 13, 7)


Se Deus é três vezes santo, é também infinitamente paciente, porque a paciência é uma virtude integrante da Santidade. Que Ele seja paciente, demonstra-o a parábola do Evangelho deste domingo: o vinhateiro pede ao patrão que o autorize deixar ainda mais um ano a figueira que não dá frutos.
Num mundo como o nosso, onde tantas vezes o terrorismo, de maneira particular, faz notícia e produz tanta dor, seremos tentados a pensar que Deus esteja cansado de nós. Não! Ele nunca se cansa de nós, porque o Amor nunca se cansa de amar. O Amor respeita as escolhas do homem, mesmo as que são erradas, sofre e espera. Entretanto, acompanha aqueles que sofrem, rezam e procuram tudo fazer para que a Terra se torne capaz de receber a paz que vem do Alto e de fazê-la crescer até dar frutos abundantes.
A paciência de Deus espera a nossa paciência, que etimologicamente tem a mesma raiz do verbo padecer. Não existe paz sem cruz. Jesus, só depois da sua paixão e morte, ressuscitou e começou a saudar os seus discípulos, dizendo: “A paz esteja convosco!”. Somos convidados à conversão, praticando sempre a paciência e o perdão como Ele, o Príncipe da paz.




Tenho medo das podas, Senhor.
A minha vida enche-se de pragas
como a frivolidade, a rotina,
o consumo, a pressa,
o desinteresse pelo outro,
a crítica fácil, a intolerância,
o amar só os meus…

E Tu olhas para a árvore
com carinho especial
e regas-me com a Tua incondicionalidade,
podas-me com os Teus avisos,
fortaleces-me com a Tua palavra,
revitalizas-me com outros cristãos,
fazes-me sentir um bosque
quando me reúno com a comunidade,
e fazes-me florescer.
Estás sempre cuidando de mim,
como faz o jardineiro
com sua planta preferida.