sábado, 23 de janeiro de 2010

III Domingo do Tempo Comum C



O corpo é um só e tem muitos membros

Na sinagoga da sua terra, Nazaré, Jesus oferece-nos um exemplo extraordinariamente convincente de leitura da Palavra.
Aquilo que a Palavra de Deus anuncia: “o Espírito do Senhor está sobre mim, porque Ele me ungiu para anunciar a boa nova aos pobres ... a proclamar a redenção aos cativos e a vista aos cegos, a restituir a liberdade aos oprimidos” - em Jesus actualiza-se e cumpre-se.
A Bíblia é o livro de um povo. Não é somente um discurso de Deus aos homens, mas também um diálogo do Povo com Deus.
Foi assim para o povo hebreu, disperso e submetido à escravidão na Babilónia. No seu regresso à pátria dos hebreus reencontram-se no Templo, abrem o livro da Palavra de Deus: todos acolhem com grande emoção e alegria aquela Palavra e, à volta de Deus, reconstrói-se um povo.
Também assim aconteceu com os cristãos: “eram assíduos à pregação dos apóstolos”, e forma-se assim numa comunidade que se estimava e amava reciprocamente, como Jesus tinha ensinado: tornaram-se um só coração e uma só alma.
Assim sucederá também para todas as religiões e para as igrejas de diversas denominações, se, conhecendo-se, estimando-se e amando-se, reencontram-se na unidade.
Todos juntos contribuiremos para realizar a oração de Jesus: “Pai, que todos sejam um, para que o mundo creia”. É isto que S.Paulo afirma na Carta aos Coríntios, descrevendo a harmonia do membros que formam um só corpo.
“Deus – dizia Teilhard de Chardin – sonha grandes coisas para o homem”. É a esperança de todos nós.

Entre Ruínas


Entre Ruínas

O Haiti entrou no grande teatro do mundo por motivos bem diferentes daqueles por que frequentemente era noticiado: as crises políticas e os golpes de Estado. À notícia do sismo sempre se juntou uma outra não menos dramática: a pobreza. (…).
Um acontecimento desta ordem, num grau de tragédia tão intenso, deixa-nos sempre um oceano de questões (…). Desta vez não foi excesso de chuvas, desabamentos, furacões, possivelmente por maus-tratos que vamos dando à gestão do frio e do calor nos nossos mecanismos de civilização. Desta vez não sabemos bem o que há a fazer com placas tectónicas que se movem poucos quilómetros abaixo do mar e estoiram com o rés-do-chão do nosso planeta onde construímos as nossas casas e desenhamos as nossas cidades, desde o barracão rudimentar ao palácio presidencial.
Neste oceano de ruínas perguntamos pela bondade de Deus, pela ordem do universo, pela inteligência harmoniosa das forças natureza. E deixamos, primeiro, tudo cair num magoado silêncio. Paradoxalmente a todas as perguntas que a morte e o sofrimento nos lançam, juntamos sempre uma: "a quem iremos, Senhor?"E podemos percorrer o pranto que se espalha em muitos salmos, as desolações que são lamentadas pelos profetas, as dores e ruínas que foram acompanhando a humanidade que cronistas, pintores, poetas e místicos plangeram. A Jerusalém destruída, o povo no exílio, o pranto e as lágrimas. E a cruz, com a sua dramática contradição, apenas iluminada no mistério de Deus. Quem mais nos poderá aquietar o coração?
Testemunhamos violência e desespero em momentos extremos. Assistimos a gestos de ternura e humanidade mais notórios nestes momentos. Chegaram olhares de solidariedade do mundo inteiro que foi assinando a evolução da tragédia a par de gestos sublimes que ela suscitou de abnegação e heroísmo. Atrasadas para a urgência, foram e vão chegando sinais de ajuda, fraternidade, renúncias dum mundo que tantas vezes parece leviano mas que tem momentos - quantas vezes na sequência de tragédias - em que traz ao de cima a humanidade que o habita.
O Haiti vai ressurgir das cinzas. Mas é mais uma paradoxal lição para a humanidade. A fé, em vez de obstáculo para todo este cenário, oferece a chave de redenção que insere nas contas e no tempo de Deus o que queremos encaixar apenas nos nossos cálculos imediatos. E na acção concreta dos homens. Com as energias de ressurreição que estão no íntimo de todos nós.
E um apelo, para que o Haiti e todos os Haitis do mundo sejam conhecidos e amados por outras razões que não a tragédia.
(António Rego)
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Ajuda ao Haiti

Na igreja do Carmo, na Eucaristia de Sábado e de Domingo passados, o peditório para o Haiti, rendeu 1095,06 euros.
A Diocese de Viseu enviou já através da Caritas um donativo em dinheiro.
Quem desejar pode depositar a sua ajuda na conta “Caritas ajuda Haiti”:
NIB: 0035 0697 0063 0007 530 53 (CGD).

A renúncia quaresmal será destinada à ajuda na reconstrução.

DESTAQUES DA SEMANA

Domingo, dia 24
- Às 16.30h: Encontro de Palavra de Vida, no Seminário das Missões, na sala sobre a garagem.

Segunda, dia 25
- Conversão de S. Paulo, Apóstolo – Festa

Conclusão do Oitavário de Oração pela Unidade dos Cristãos.

Terça, dia 26
- S. Timóteo e Tito

Quinta, dia 28
- S. Tomás de Aquino



Sábado, dia 30 e Domingo, dia 31

- Jornadas da Pastoral Familiar
A propósito do tema «Na Família o homem pode nascer com dignidade, crescer e desenvolver-se», vão realizar-se as I Jornadas da Pastoral Familiar da Diocese de Viseu, nos dias 30 e 31 de Janeiro de 2010. Será desenvolvido o seguinte programa:

Dia 31.01.2010
14h00 – Acolhimento (Centro Pastoral de Viseu)
14h15 – Abertura das Jornadas: D. Ilídio, Bispo de Viseu
14h30 – A família cristã na sociedade actual: Pe Carlos Carneiro s.j.
15h30 – Workshops: Música coral e instrumental; desenho e pintura;filme; espaço oração; Tema/debate: “Sacramentalidade do casamento”
16h30 – Desafio Pastoral dos divorciados recasados: Cón. Carlos Paes e equipas de Santa Isabel17h30 – Debate
18h00 – Encerramento do dia

Dia 31.01.2010
14h30 – Festa da Família: Música, variedades, jograis, poesia, etc. (Centro Pastoral de Viseu)16h30 – Eucaristia na Igreja do Seminário, presidida pelo Sr. D. Ilídio com a celebração do jubileu dos 25, 50 ou 60 anos de Matrimónio.

domingo, 17 de janeiro de 2010

II Domingo do Tempo Comum C


Fazei tudo o que Ele vos disser
(Jo 2,5)

Jesus inaugura a sua vida pública no contexto de uma festa de casamento. Ele intervém na festa não para usufruir de alguma coisa, mas para dar em abundância. E todos beneficiam do seu dom, também aqueles que não esperavam nada dele (e que aí seriam até a maioria).
Na festa, estão presentes também os apóstolos e Maria. Com a sua intuição materna, ela dá-se conta de que falta o vinho - pede e obtém do filho o “algo mais”: o amor.
Maria, perita em amor, sabe que não é possível amar sem um pouco de fantasia. Uma caridade austera que se limita ao dever, ao estritamente indispensável, é o oposto do amor.
Convida-nos então a olhar para o filho e a fazer o que Ele nos diz: “fazei tudo o que Ele vos disser!”
João não fala de “milagre”, mas de “sinal” realizado por Jesus, um gesto revelador da sua missão: manifestar o amor do Pai por toda a humanidade.
Assim, porque filhos de Deus-amor, também nós nos damos conta de ter muitos dons para os outros: um “sinal” pequeno, contido, discreto, delicado e respeitoso, capaz no entanto de nos tornar testemunhas e operadores de unidade.

SEMANA DE ORAÇÃO PELA UNIDADE DOS CRISTÃOS


“Que todos sejam um!" (Jo. 17,21)


No início de mais uma Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos (18-25), esta expressão de Jesus, na sua oração ao Pai, é sempre o ponto de partida de qualquer reflexão e actividade em prol da reconciliação dos cristãos. Aqui encontramos o profundo desejo do próprio Senhor da unidade de todos os seus seguidores.
O termo ecumenismo designa o diálogo e a procura da unidade de todos os cristãos, ou seja, entre todos os que têm Jesus Cristo como seu Senhor. Logo, é diferente do diálogo inter-religioso, ou diálogo com as outras religiões não-cristãs, e diálogo com os que não têm convicções religiosas.
O Ecumenismo baseia-se, obviamente, naquilo que nos une e não no que nos separa, reconhecendo o longo caminho já percorrido em favor da unidade. Este caminho, marcado por temores e hesitações, tem dado os seus passos e frutos, como tem reconhecido tantas vezes Bento XVI.
A par de muitos gestos sinceros e significativos, um outro campo de encontro das várias Igrejas é o da reflexão teológica. Como teólogo, o Papa é particularmente sensível a este aspecto, embora reconhecendo a sua enorme dificuldade.
O ecumenismo não poder ser levado para a frente à custa do renegar a própria tradição e história de fé. O Papa acentua uma necessária "unidade na multiplicidade e multiplicidade na unidade". Neste sentido, reafirma que "a unidade que buscamos não é absorção nem fusão".
Este desafio que Bento XVI nos lança deve estar impregnado pela esperança, mas também marcado pelo realismo. É um apelo urgente lançado a todas as igrejas cristãs. É para todos os fiéis um chamamento ao acolhimento, à escuta, à partilha e à aceitação, sabendo que contamos com a força da oração e a luz do Espírito Santo. Temos consciência de que a unidade (ou a divisão) começam no interior do próprio coração.

DESTAQUES DA SEMANA

18 a 25 - Oitavário de oração pela unidade dos cristãos

Quinta, dia 21
S. Inês

- Espanha, Madrid: Lançamento do Ano Europeu de Luta contra a Pobreza e a Exclusão Social

23 e 24 – Fátima: Seminário do Verbo Divino - Conferencia Nacional do Curso Alpha



Jornadas da Pastoral Familiar

«Na Família o homem pode nascer com dignidade, crescer e desenvolver-se»

Vão realizar-se as Jornadas da Pastoral Familiar da Diocese de Viseu, nos dias 30 e 31 de Janeiro de 2010.

Destacamos:
Dia 31.01.2010 - Sábado - Centro Pastoral Diocesano

14h30 – A família cristã na sociedade actual: Pe Carlos Carneiro s.j.

15h30 – Workshops: Música coral e instrumental; desenho e pintura; filme; espaço de oração; Tema/ debate: “Sacramentalidade do casamento”

16h30 – Desafio Pastoral dos divorciados recasados: Cón. Carlos Paes e equipas de Santa Isabel

Dia 31 / 01 / 2010 - Domingo

14h30 – Festa da Família: Música, variedades, jograis, poesia, etc. (Centro Pastoral de Viseu)
16h30 – Eucaristia na Igreja do Seminário, presidida pelo Sr. D. Ilídio com a celebração do jubileu dos 25, 50 ou 60 anos de Matrimónio.

1. Os casais que celebram neste ano de 2010 os seus aniversários de matrimónio (25, 50 e 60) e pretendem participar na Eucaristia com o Sr. Bispo, no dia 31 de Janeiro, deverão fazer a inscrição nas suas paróquias ou na igreja do Carmo.

2. O tema das Jornadas de será de grande interesse para os casais “recasados” (pessoas que contraíram um segundo casamento após o divórcio). Venham participar.