O corpo é um só e tem muitos membros
Na sinagoga da sua terra, Nazaré, Jesus oferece-nos um exemplo extraordinariamente convincente de leitura da Palavra.
Aquilo que a Palavra de Deus anuncia: “o Espírito do Senhor está sobre mim, porque Ele me ungiu para anunciar a boa nova aos pobres ... a proclamar a redenção aos cativos e a vista aos cegos, a restituir a liberdade aos oprimidos” - em Jesus actualiza-se e cumpre-se.
A Bíblia é o livro de um povo. Não é somente um discurso de Deus aos homens, mas também um diálogo do Povo com Deus.
Foi assim para o povo hebreu, disperso e submetido à escravidão na Babilónia. No seu regresso à pátria dos hebreus reencontram-se no Templo, abrem o livro da Palavra de Deus: todos acolhem com grande emoção e alegria aquela Palavra e, à volta de Deus, reconstrói-se um povo.
Também assim aconteceu com os cristãos: “eram assíduos à pregação dos apóstolos”, e forma-se assim numa comunidade que se estimava e amava reciprocamente, como Jesus tinha ensinado: tornaram-se um só coração e uma só alma.
Assim sucederá também para todas as religiões e para as igrejas de diversas denominações, se, conhecendo-se, estimando-se e amando-se, reencontram-se na unidade.
Todos juntos contribuiremos para realizar a oração de Jesus: “Pai, que todos sejam um, para que o mundo creia”. É isto que S.Paulo afirma na Carta aos Coríntios, descrevendo a harmonia do membros que formam um só corpo.
“Deus – dizia Teilhard de Chardin – sonha grandes coisas para o homem”. É a esperança de todos nós.