quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Em tempo de crise económica


Em tempo de crise económica, faz-nos bem reler alguns episódios da vida do Santo Cura d’Ars, que falam do seu relacionamento com o dinheiro.
Pelas suas mãos passaram quantias avultadas, chegando mesmo a empenhar todos os seus haveres (até a própria cama) por causa da obra de caridade “La Providence”, que tinha fundado a favor das raparigas pobres de Ars.
Algumas horas antes de morrer, disse a quem o asistia: “Restam-me trinta e seis francos. Pedi a Caterina Lasagne que venha buscá-los e os dê ao médico que me tem acompanhado. É tudo o que tenho e penso que seja a quantia que lhe devo”.
Não se trata de nos fixarmos nos aspectos mais ou menos pitorescos do estilo de vida de S.João Maria Vianney - a extrema pobreza que marca toda a sua existência simbolizada na famosa panela de batatas que cozinhava uma vez por semana - bem difícil de propor e de imitar nos dias de hoje, mas de chegarmos às raízes do seu comportamento.
Não à pobreza pela pobreza, sim à pobreza por Deus: porque facilmente as riquezas ocupam no coração humano o lugar de Deus.
O seu agir é para nós exemplar e faz-nos compreender que os bens e o dinheiro não são um mal em si mesmos, nem devem ser desprezados, mas sim serem usados para fazer o bem. “Não a mão, mas o coração é que deve estar longe deles. Mesmo um pobre que blasfema, porque alguém lhe toca na sacola, pode se um rico diante de Deus”. (Chiara Lubich)