sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

VI Domingo do Tempo Comum C


Será grande no céu a vossa recompensa (Lc 6,23)


Segundo a linguagem bíblica, ninguém é realmente “ateu”. Tanto o crente como o “ateu” têm fé. A diferença entre o crente e o não-crente baseia-se numa escolha existencial, refere-se à opção fundamental da própria vida: o crente apoia-se em Deus e põe a sua confiança n’Ele, o não-crente acredita unicamente em si mesmo ou no dinheiro, ou nas próprias capacidades.
Vem a propósito recordar as palavras da Bíblia: “Maldito o homem que confia no homem, cujo coração se afasta do Senhor” – diz Jeremias. Mais ainda: “Felizes vós, porque vosso é o Reino de Deus” – diz Lucas.
Portanto, ou confiamos em Deus, ou nos apegamos aos ídolos.
Jesus, depois de primeiramente ter vivido a adesão a Deus Pai, cumprindo a sua vontade – fazendo a experiência como pobre, humilde, sofredor – faz-se mestre, digno de fé, para todos nós: “Felizes vós, os pobres”, porque Deus está cansado de ver-vos sofrer e decidiu mostrar que vos ama.
A recompensa de uma vida vivida assim é o paraíso, já agora e podemos saboreá-lo como antecipação: a liberdade perante qualquer forma de idolatria, a harmonia nos relacionamentos, a alegria de viver.
Então, confiemos no Mestre: vivamos já aqui na terra, como viveremos no céu.



Só Te quero a Ti, meu único Bem,
e àquilo que Tu queres.
Liberta o nosso coração das coisas inúteis
para que saiba acolher o Reino dos céus.
Tu, o único apoio seguro,
saciedade, alegria e paz.
Dirige o nosso olhar para os humilhados da terra,
com eles, irmanados pela mesma esperança,
torna-nos disponíveis para o teu dom.
Em Ti confiamos, Senhor,
não seremos eternamente confundidos.