domingo, 1 de novembro de 2009
Santidade contagiosa
Em 1818, S. João Maria Vianney foi nomeado pároco de Ars, uma aldeia com 230 habitantes, na diocese de Lyon (França), um lugar igual a tantos. Tendo-se passado por trinta anos agitados, devido a revoluções e às guerras napoleónicas, o bispo preveniu-o de que iria encontrar uma situação religiosa muito precária: “Não existe muito amor a Deus naquela paróquia; sereis vós a reacendê-lo”. Um biógrafo do Santo Cura de Ars registou este testemunho, alguns anos depois: “Em 1832, Jean Picard, nascido em Ars, donde tinha partido, regressou para se fixar como carroceiro; declarou a aldeia irreconhecível. Admirado, ouvia os agricultores entoarem cânticos ao manejar as foices e a fazer cruzes com ramos que colocavam à entrada dos seus campos.” (J. Follain, O Santo Cura d’Ars, p.47).
Passados 150 anos, o Santo Cura de Ars pode parecer-nos um modelo de santidade muito distante do contexto da vida de hoje de um padre, e ainda mais da de um leigo, ou religioso. Uma coisa porém permanece válida e actual para todos: a santidade é contagiosa. Verdadeiramente vendo como rezava, como celebrava a Missa, como vivia – antes ainda de como falava, as pessoas de Ars mudaram a sua vida. Observa Paulo VI: “O homem contemporâneo escuta mais as testemunhas do que os mestres, ou se escuta os mestres é porque são testemunhas” (Evangelii Nuntiandi, 42).
Neste mês que começa com a recordação de Todos os Santos, façamos nosso este singular “contágio” a partir sobretudo do Evangelho: Palavra que se faz vida, vida que se faz Palavra.