sexta-feira, 25 de setembro de 2009

XXVI Domingo Comum B - Meditando e rezando


Senhor, somos determinados, não restam dúvidas,
quando se trata de julgar os outros:
basta ver a facilidade com que “instruímos” um processo,
para submeter os outros a julgamento,
prontos para condenar e fazer respeitar
aquelas que nos parecem regras sacrossantas,
que não se podem pisar.
Fazemos tudo isto mais facilmente
quando está em causa um “estrangeiro”
do que um dos nossos,
alguém que no fundo tememos e de quem suspeitamos
apenas porque nos é “estranho”.

Tu pedes-nos decisão, Jesus,
mas apontas-nos outra direcção:
pedes-nos que sejamos decididos connosco próprios
quando é preciso arrancar da nossa existência
o mal que em nós se enraizou
e está a provocar consideráveis danos;
decididos a cortar, com destreza e radicalidade,
os comportamentos e as atitudes
que provocam escândalo, que ofendem os pobres,
que atraiçoam o Evangelho;
determinados quando está em jogo a nossa salvação eterna
e não podemos continuar com rodeios ou hesitações.




Obrigado, ó Jesus, porque queres
que os teus discípulos saibam apreciar o bem e a beleza
em qualquer lugar em que aconteça
em qualquer coração em que floresça.
Obrigado por esta abertura de coração
que constantemente nos pedes,
porque em cada época
pode existir a tentação de criar fronteiras
ou de levantar muros de divisão.
Deste lado os nossos, daquele lado os outros;
deste lado o bem, daquele lado o mal;
deste lado os crentes, daquele os ateus:
deste lado as pessoas da paróquia,
daquele os distantes, os que têm que se converter.
E, depois, se estes muros se levantam também
entre as comunidades paroquiais,
entre os grupos eclesiais,
então, Jesus, estaremos bem longe de Ti,
da Tua mensagem, do Teu coração.
Agindo deste modo tornamo-nos um obstáculo à fé.
Estas tentações de levantar muros
e de não construir pontes
existiram na Igreja,
existiram e ainda podem existir,
mas não nos deixes render.
Faz-nos sonhar a unidade do Evangelho;
ajuda-nos a recomeçar em cada dia por nós mesmos,
pela nossa Comunidade, pelos nossos grupos,
com a convicção
de que não temos que realizar tudo duma só vez.
Basta que saibamos abrir o coração, estender os braços,
lançar sementes de acolhimento e de fraternidade.
O resto é por Tua conta!